Quando a ponta do iceberg se torna um lugar comum para explicar as coisas. |
Existem quatro maneiras clássicas e honradas de prosperar na vida, em escala progressiva: aprendendo, trabalhando, investindo e empreendendo. Há quem pense que é preciso ter um grande dom ou ser abençoado pela sorte para acumular riquezas, mas a sorte e o talento apenas aceleram este processo, em maior ou menor grau, pois o essencial para tanto está no conhecimento, na dedicação e na força de vontade.
As alternativas para enriquecer fora destes conceitos envolvem meios ilícitos. Os ladrões e corruptos não querem esperar: eles não dão valor para o aprendizado - uma etapa da vida que consome anos de empenho e recursos da família. Os crápulas muito menos valorizam o trabalho, que eles consideram coisa de gente otária que não tem lábia. Os sacripantas não tem a menor condição intelectual de investir e empreender, se tiverem que fazer isto dentro dos parâmetros aceitos pela sociedade.
Os piores bandidos são aqueles que ingressam na política, especialmente quando adotam uma ideologia que alimenta o ódio do povo por aqueles que investem e são empreendedores. Na mente e no discurso deles, só é possível que alguém fique rico se os outros ficarem pobres. Mas é justamente o contrário: investidores e empreendedores - tidos como capitalistas - só prosperam se conseguirem gerar prosperidade para os demais.
Quem compra um lote de ações na bolsa de valores está injetando recursos numa empresa que poderá investir em melhorias no seu negócio, tornando-o mais rentável. Por isso acionistas recebem parte dos dividendos. Já quem empreende gera empregos, paga uma infinidade de impostos e ajuda duplamente a sociedade: com os postos diretos de trabalho e com o aumento de receita do poder público, que poderá levar adiante políticas de alcance social.
Mas os políticos corrompidos e corruptores desprezam isso, como desprezam a classe dos estudantes e dos trabalhadores. Eles querem tudo para eles mesmos: aqui e agora. Experimentam o gosto do mel e não se importam de mergulhar no pote. Poderiam igualmente (embora lentamente) progredir na vida, prestando bons serviços para a sociedade, mas isto não está introjetado naquilo que os fazem ser quem são: bestas do Apocalipse que não acreditam no Inferno, embora queiram gozar no Paraíso antes que tudo acabe.
Estes cretinos sim, enriquecem às custas da pobreza dos demais. Eles roubam dos funcionários públicos, das aposentadorias, dos hospitais, das escolas, dos pagadores de impostos - e de quem faz a manutenção das estradas que, esburacadas, provocam acidentes fatais. Os ladrões da política são também, em última instância, assassinos. Vestem colarinhos brancos e bebem champanhe, mas são o que de pior uma sociedade pode escarrar.
Está na hora de prender: todos eles, não para mandá-los para o Inferno - a cadeia basta. Está na hora de aprender: tudo o que fará do Brasil uma pátria de verdade, não para chegarmos ao Paraíso utópico - mas para caminharmos em sua direção.
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