A primeira casa onde morei também ficava numa esquina. Era de frente para uma creche que existe até hoje. O asfalto acabava ali mesmo. A duas quadras ficava um campinho de futebol rapado, que hoje é uma praça bem arborizada no Jardim dos Calegaris.
Eu tinha uns cinco anos de idade e de vez em quando ia para lá com meu irmão, de quase oito. Hoje seriam uns cinco minutos de caminhada, mas na época era uma epopeia. Eu era péssimo de bola. Não conseguia correr por causa da bronquite. Mas a garotada também soltava pipas e caçava passarinhos com estilingues de madeira. Era péssimo nisso também.
Um dia acharam uma cobra cega. A mataram e a colocaram num pote de vidro, que devia ser de picles, se não me engano. Lembro de ter sentido medo de ver aquela cobra. Diziam na época que também acharam por ali uma cobra com duas cabeças.
A fofoca correu rápido no bairro e nossa mãe veio nos chamar para ir embora. Como era difícil tirar a gente dali, o estímulo era que nosso pai tinha voltado mais cedo do trabalho e ia levar a gente para comer alguma coisa. E nós é que íamos escolher: pizza ou hambúrguer.
Nós escolhemos pizza, pois não havia pizzaria em Paulínia e teríamos que ir em Campinas, para passear perto do Castelo. Mas acho que nosso pai ficou com preguiça, ou estava cansado demais. Ele nos levou para comer hambúrguer no "Gatus" em Paulínia mesmo - onde hoje fica um hotel perto da Igreja Matriz, que ainda estava em construção.
Lembro do banho demorado naquele dia. Estávamos encardidos. O suor escorreu sobre o pó em nossas barrigas descobertas. Brincávamos só de shorts, descalços. Tínhamos pés bem cascudos.
Não sei o motivo de estar lembrando disso tudo hoje. Acho que é pelo fato de ter dado uma pequena bronca na minha filhinha, que não queria largar meu smartphone, por causa do jogo do gatinho que precisa comer toda hora e repete o que a gente fala.
Lamento por ela, que nunca saberá o que é comer um hambúrguer na varanda do "Gatus". Cada geração ficará com seu tipo de gato para lembrar...
Eu tinha uns cinco anos de idade e de vez em quando ia para lá com meu irmão, de quase oito. Hoje seriam uns cinco minutos de caminhada, mas na época era uma epopeia. Eu era péssimo de bola. Não conseguia correr por causa da bronquite. Mas a garotada também soltava pipas e caçava passarinhos com estilingues de madeira. Era péssimo nisso também.
Um dia acharam uma cobra cega. A mataram e a colocaram num pote de vidro, que devia ser de picles, se não me engano. Lembro de ter sentido medo de ver aquela cobra. Diziam na época que também acharam por ali uma cobra com duas cabeças.
A fofoca correu rápido no bairro e nossa mãe veio nos chamar para ir embora. Como era difícil tirar a gente dali, o estímulo era que nosso pai tinha voltado mais cedo do trabalho e ia levar a gente para comer alguma coisa. E nós é que íamos escolher: pizza ou hambúrguer.
Nós escolhemos pizza, pois não havia pizzaria em Paulínia e teríamos que ir em Campinas, para passear perto do Castelo. Mas acho que nosso pai ficou com preguiça, ou estava cansado demais. Ele nos levou para comer hambúrguer no "Gatus" em Paulínia mesmo - onde hoje fica um hotel perto da Igreja Matriz, que ainda estava em construção.
Lembro do banho demorado naquele dia. Estávamos encardidos. O suor escorreu sobre o pó em nossas barrigas descobertas. Brincávamos só de shorts, descalços. Tínhamos pés bem cascudos.
Não sei o motivo de estar lembrando disso tudo hoje. Acho que é pelo fato de ter dado uma pequena bronca na minha filhinha, que não queria largar meu smartphone, por causa do jogo do gatinho que precisa comer toda hora e repete o que a gente fala.
Lamento por ela, que nunca saberá o que é comer um hambúrguer na varanda do "Gatus". Cada geração ficará com seu tipo de gato para lembrar...
Publicado originalmente no Facebook em 25 de janeiro de 2016.
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